A humanidade se desenvolveu e se manteve como espécie ao longo do desenrolar evolutivo do planeta. Isso foi possível graças a sua essência que é o cuidado e é essa a condição que possibilita a nossa sobrevivência individual e coletiva.
O modo-de-ser cuidado se expressa na formação dos primeiros grupos humanos, onde a sobrevivência do grupo depende dessa atitude. Um cuida do outro, cada um com a sua tarefa, mas sempre para compartilhar, manter próspero o grupo e a si mesmo. O filho de um membro é filho do outro e todos se responsabilizam pelas crianças e pelos idosos. Nessa época não havia cisão entre o Eu e a Natureza. O Eu fazia parte da Natureza, sendo assim, integrado como membro da Terra (Grande Mãe) que tem consciência de si mesmo. Essa forma de ver o mundo fazia com que a expressão do cuidado se expandisse para tudo o que os envolvia e que estava em íntimo contato e relação.
A construção do indivíduo social se dá com a interação dele com o outro. Assim, essa relação produz indivíduos íntegros que mantêm a sociedade sadia. Quando se perde a visão de mundo como Eu/Natureza e o modo-de-ser cuidado, desestrutura-se a sociedade, os sujeitos, o ambiente e põe-se em risco a continuidade da vida.